Durante toda a minha graduação em Tecnologia em Informática, eu não fiquei sabendo da existência da Ada Lovelace. Essa que ficou reconhecida na história da computação como a primeira programadora pelo seu algoritmo, ou seja, a mãe da computação. Ainda bem, que me tornei pylady e, assim, pude descobrir mais sobre Ada Lovelace.
É valido lembrar que infelizmente existe uma sub-representatividade e invisibilidade feminina na STEM Science, Technology, Engineering e Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em português). De acordo com o Global Gap Gender Report em 2021, apenas 10,7% das mulheres brasileiras universitárias estão matriculadas em cursos voltados para STEM. Tendo em vista que esse relatório avalia a participação econômica e de oportunidade, desempenho educacional, saúde e sobrevivência, empoderamento político. E por hoje (26/08) ser o Dia Internacional da Igualdade Feminina, data marcada pela luta das mulheres em busca por equidade no mercado de trabalho.
Nessa perspectiva, elaborei o projeto #ElasNaSTEM tem como objetivo promover a visibilidade de Cientistas (mulheres) nas Ciências e ao mesmo tempo em que estimula a produção textual e escrita colaborativa dos estudantes, no âmbito escolar, na rede estadual de ensino. No primeiro momento, os textos serão produzidos pelos estudantes do ensino médio e terão o recorte em abordar cientistas que tenham contribuído com as ciências naturais.
O projeto se dará por meio do arcabouço teórico como o paradigma da teoria de aprendizagem conectivista proposta por George Siemens (2005); Dillenbourg (1995) que conceitua os princípios da aprendizagem colaborativa; Pierri Lévy (2015) acerca da produção social da inteligência coletiva; Papert (1980, 1985, 1986, 2008), abordando os aspectos do construcionismo, no que se refere à relação entre homem e máquina e sua representatividade para aprendizagem; e ainda as contribuições teórica de pesquisa social proposta por Minayo (2011).
Ainda mais considerando a 5ª Competência Geral da BNCC:
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Assim, inicialmente, a proposta será para que o/a estudante elabore um texto, depois deverá revisar e contribuir com texto do colega que por sua vez terá feito um texto e também compartilhará com outro colega para revisar e contribuir. Para tanto, os textos deverão ser produzidos na nuvem, assim por sugestão utilizaremos o Google Documentos.
No segundo momento, será construído um mosaíco com imagens das cientistas pesquisadas pelos estudantes, na seção #ElasNaSTEM deste site.
Em suma, espera-se que o estudante desenvolva a competência supracitada e a aprendizagem colaborativa conforme proposto por Dillenbourg (1995), teoria da aprendizagem conetivista Siemens (2005) e também contribuir para promoção da inteligência coletiva segundo Levy (2015).
Referências:
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
DILLENGOURG, P. (et. al.). The evolution of research on collaborative learning. In: Learning in humans and machine: towards an interdisciplinary learning science. (pp. 189-211). Oxford: Elsevier, 1995.
LÉVY, P. A inteligência coletiva. São Paulo: Folha de São Paulo, 2015.
MINAYO, M. C. S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). (2020). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras: Pesquisa TIC Educação, ano 2019. Disponível em: https://cetic.br/media/analises/tic_educacao_2019_coletiva_imprensa.pdf
SIEMENS, G. Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age. Disponível https://jotamac.typepad.com/jotamacs_weblog/files/Connectivism.pdf 2005. Acessado em 24 de ago. 2021.
____. Learning Development Cycle: Briding Learning Design and Modern Knowledge Needs. July, 2005.
____. Conectivismo: uma teoria da aprendizagem para a era digital. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/66317606/Conectivismo-uma-Teoria-Para-a-Era-Digital. 2004. Acesso em: 20 ago. 2021.